quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Tango em Curitiba

Não me toque. 
Tudo que eu tenho são palavras e meu controle é vacilante. 
Não fique aí parada
entre mim e minhas ideias.
sendo forma ao vento, 
sendo só relance. 
Insinuação perdida no tempo.

Não me toque assim. Não me olhe assim. 
Você precisa de mais intenção e eu de mais discernimento. 
Não se deixe levar assim pelo momento, 
Eu mereço decisão. 
Eu preciso é de certeza. 
Seja sim seja não. 
Mas você é só ressaca. 
          
              vertigem, não quero, não.
          cair de nada pra lugar nenhum.
Eu preciso é de chão firme.
Mesmo que deserto inóspito, 
                  conformada solidão. 

Mas você quer mesmo é essa dança, 
                                               melodia, 
                                                        corda bamba.
Você quer é desespero em troca de um olhar. 
Muitas vozes se arrastando em um só movimento. 
         Atenção a dois reais. 

Vem, vem de novo. Dúvida e só.
Fica mais um tempo, mas sem reclamar
Que distraído assim é só suspiro
Sorriso, muito pouco

Agora vem,
e não me nega essa distância,
meu pedaço-tempo
tudo aqui existe
Você, eu e meu direito de ser triste.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

The honest love song

Tinha uma meia-lua
hoje no caminho de casa
só ela e a rua

me fez lembrar de você
naquela noite adentro

me        fez        lembrar        do
seu       tempo   .                  .
do        seu       compasso    .
.           .           .                   .

do seu
    cabelo
   negro
       ao vento

Do seu olhar intenso
Sua palidez mórbida ao sol
Seu batom vermelho

Jules cantava no rádio
You twisted little girl
Talvez você esteja feliz

                            Espero que não.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Freud

Quem dera um dia
Transformar meus fetiches
Em poesia

terça-feira, 11 de junho de 2013

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Andando um cigarro
Na neblina de inverno
Curitiba é um alívio

sábado, 8 de junho de 2013

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Entre a tua fala e a minha
Esse mundo todo
Que só Eu caminha

sábado, 1 de junho de 2013

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Escrevo à minha vontade
Feito fosse escritor de verdade

Descrevo, remexo
Proponho dilemas
Te vejo
           e é só fonema
Te escrevo
                e também é poema

segunda-feira, 27 de maio de 2013

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Minha consciência alta
No caminho de casa
Vendo estranhas silhuetas

Um rosto se insinua do retrovisor
E corpos rolam nas calçadas

Enquanto sombras corriam dos faróis do carro
Lembrei que você disse que me amava
E pensei no cachorro latindo
               
                                        às 4h da manhã

No portão de casa